domingo, 27 de julho de 2008

TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO

No Paredão

Ternuma Regional Brasília

Gen. RI Bda Valmir Fonseca AZEVEDO Pereira

Notícia veiculada em periódico do dia 24 de julho do corrente destaca que, "o governo debaterá a punição de militares por tortura".
A "inocente" pantomima terá como pano de fundo um seminário de pomposo e parcial nome "Limites e possibilidades para a responsabilização jurídica dos agentes violadores de direitos humanos durante estado de exceção no Brasil", circo que terá lugar em 31 de julho, no Ministério da Justiça, e será perpetrado à custa do desgoverno e sob os auspícios da Comissão de Anistia, aquela que julga casos de reparação econômica para perseguidos políticos, reconhecida entidade federal de decantada "imparcialidade".
O Tribunal de inquisição tem o prestimoso e candente aval do próprio Ministro da Justiça e do "magnânimo" Ministro da Secretária de Direitos Humanos, Sr. Paulo Vannuchi, os quais formam uma dupla de respeito no que se refere à desmoralização sistemática do Estamento Militar.
A esquerda governista possui na sua agenda um elenco de temas engatilhados, os quais, rotineiramente, deflagra, com o fito de achincalhar, ainda mais, as Forças Armadas, e à medida que se fortalece, sempre que pode, e seja oportuno, desfecha ataques diretos, pouco se importando se os assuntos já são batidos e velhos conhecidos.
A mesma mentira repetida à exaustão torna - se uma verdade.
Diuturnamente, o lulo - petismo cata os "esqueletos do Araguaia", revive a fantasiosa "Operação Condor", divulga a " participação dos EUA na Contra - Revolução de 1964", reverbera propostas para o " fim da Anistia", e assim por diante. Em quase todos os casos e, em alguns, descaradamente falsos, alega como motivação, o resgate da história, a busca da verdade ou da justiça; noutras, não havendo espaço para enganações, a "pièce de résistance", por si só, é por demais gritante para ser dourada com falsas alegações, é puro e cristalino revanchismo.
Em nenhum dos casos aventa - se a hipótese de vasculhar o outro lado. De fato, pela inépcia das FFAA, a questão passou a ter somente um lado, uma versão.
A nova, impune e festejada investida faz parte de um roteiro que parece não ter fim, e dominando, despudoradamente, todos os escaninhos do poder não ficaríamos surpresos, se, num belo dia, obtivessem êxito nas suas pretensões. Este seminário parece ser o momento propício, pois predominando a hipótese de não acusar ou não imputar a responsabilidade sobre os militares, certamente, voltarão à carga, até a exaustão. Ao contrário, se obtiverem êxito, e o cenário está montado para isso, o fuzilamento será inevitável. Teremos uma terrível caça às bruxas.
Portanto, é transparente que a esquerda nada tem a perder, ou melhor, tem tudo a ganhar.
O revanchismo da esquerda é como uma caçada a um animal ferido, mais dia menos dia, o caçador alcançará a presa. Acreditamos que a cada avanço do desgoverno petista, real patrocinador da caçada, o alvo se encontra mais frágil, mais exposto, e em melhores condições de abate.
Não devemos esquecer nunca, de que este é o desgoverno que patrocina livros, financia filmes e peças de teatro, que aplaude novelas, que monta painéis e seminários, que participa de eventos públicos, de execração dos militares. Este é o governicho das desculpas pelos atos ignominiosos praticados contra os militares.
Meus desditosos amigos, para os golpes desfechados às nossas vistas, lamentamos; às vezes, gememos e, em desespero, esperneamos.
Contudo, deveríamos nos debulhar em sentidas lágrimas ao imaginar o que deverá estar ocorrendo nas escolas, nas faculdades, nas aulas de Direito, de Jornalismo, de História e, em tantas outras cátedras, onde docentes, mancomunados com a ideologia marxista, destilam idéias esdrúxulas e coniventes, apregoando a desmoralização total das Forças Armadas.
Deveríamos, hoje, defender até às últimas conseqüências, as nossas escolas militares, nossas derradeiras "ratio Regis", os Colégios Militares, a Escola Preparatória, a Escola de Sargentos das Armas, a Escola de Administração, os CPOR/NPOR, e, até mesmo, as de nível mais elevado, a ECEME, a ESG, e outras, onde notícias de rodapé nos alertam que o inimigo já adentrou ou tenta, despudoradamente, influir nos seus currículos.
Pelo andar da carruagem, é fácil percebermos que os militares estão no paredão, só falta a ordem de fogo ou de linchamento.
Inocente aquele que acreditar no alto índice de credibilidade pública, para reverter um julgamento de cartas marcadas, ou que as autoridades governamentais, esclarecidas de que as Forças Armadas de uma nação fazem parte de sua História, deixarão de incentivar a ignominiosa perseguição, pois sem dúvida, ela faz parte de um plano maior de dominação.
Brasília, DF, 25 de julho de 2008
É imperioso passar à defesa pró - ativa, pelo menos

COMENTÁRIO: O Artigo do Gen Azevedo é um expressivo alerta dirigido principalmente aos militares, expondo o que a esquerda frustada, e obstinada no propósito de tentar anular a Lei de Anistia para processar militares, articula nesse sentido. Concluiu o Artigo com propriedade, segundo a minha ótica, afirmando julgar imperioso, pelo menos, que os militares passem à defesa pró-ativa. Instalaram já um processo contra o Cel Ref Carlos Alberto Brilhante Ustra, pretendendo julgá-lo por sua atuação militar, exercida no período revolucionário. Em vão tenho aguardado uma posição do Exército em defesa de um dos seus integrantes, que reflita o pensamento e o sentimento da classe que, pasma ante o imobilismo, frustada ante o silêncio ignóbil e vergonhoso, portanto injustificável, evoca com orgulho e saudades o tempo em que Comandantes e Chefes não olvidavam o cumprimento do dever de lealdade para com o subordinado, saindo em sua defesa em causas justas, indiferentes aos riscos dessa ação ser capaz de provocar dissabores, motivando, como represália, a substituição na confortável e importante posição de Chefia e de mando, até então exercida. É que o verdadeiro Comandante ou Chefe é aquele que se preocupa em comandar e não em mandar, pois, comandar exige liderança e líder se impõe pelo exemplo dos valores nobres que demonstra possuir no exerccício da missão que desempenha.
É sempre válido evocar o passado, quando ele pode servir de exemplo e comparação! O falecido GenEx Walter Pires de Carvalho, então Ministro do Exército, no governo Figueiredo, quando, em razão da abertura política, esquerdistas derrotados no propósito de comunizar o país já ousavam iniciar a difusão das mesmas mentiras e chavões que, ainda hoje, como mórbidos refrões, repetem como acusações aos militares, declarou peremptório para conhecimento dos brasileiros: " Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas, de arma na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia".
Basta apenas a tomada de uma atitude corajosa e semelhante a essa, para revigorar na alma militar a crença na Instituição que é permanente e que cultua valores sagrados como patriotismo, nacionalismo, honestidade,dignidade, honra, lealdade, coragem e tantos outros que consubstanciam a ética e o espírito militar, valores que não se coadunam com os exemplos de corrupção legados aos brasileiros pelos integrantes da cúpula petista, amigos diletos e íntimos do Presidente da República, envolvidos no mensalão e outros escândalos, dos quais numa manobra covarde, num acinte ao princípios de moralidade e decência, foi excluído o Presidente Lula, o qual, entrevistado na mídia, perante o Brasil inteiro teve o desplante de declarar, em total afronta aos fatos e à verdade, que nada viu, nada ouviu, nem de nada sabia, ainda que os fatos fossem concebidos nas salas contíguas ao gabinete presidencial,em pleno Palácio do Planalto, por auxiliares amigos diletos seus.
Se os militares, em sua quase totalidade, não confiam no atual Ministro da Defesa, acredito que continuam confiando no Cmt do Exército, pela sua biografia. Confesso haver ficado chocado com a omissão do Exército no vergonhoso episódio Lamarca, mas, esforço-me para acreditar que, algo semelhante jamais tisne de opróbrio a pureza da ética militar e o garbo do uniforme verde-oliva, como símbolos do valor e da honra para nós militares.
Cel Márcio











Parte superior do formulário
Voltar para "Entrada"
Próxima
Parte inferior do formulário
Contrair o menu de navegação
· Caixa deentrada
· Escrever
· Endereços
· AntiSpam
· Opções
· Buscar msg
· Videomail
Pastas
· Entrada
· Rascunhos
· Enviadas
· Lixeira
· BOLSONARO
· CELAUREO
· CELOTAVIOFERNAN
· CLEMUR
· CeMarcio
· DILMAROUSSEF
· EDUARDO S_ CAST
· Erildo
· FILMES
· FLÁVIO F_ SÁ
· FORCANSEG
· FOTOS
· GENMARIOIVAN
· GOVMILITARES
· GenGUILHERME
· GenHeleno
· ITACITUSARTIGOS
· JOBIM
· LENMON
· LUCIOLOBO
· MATERIABLOGMMVP
· MDOCARMO
· MInezRosadas
· MORROPROVIDENCI
· MProvidencia
· MST
· MURILOMATOS
· SASSUNESTRATEGI
· SBANDALHEIRA
· SMORAL
· SPOLITICO
· SSAUDE
· SUBVERSIVOS
· SSEXOEXPLICITO
· Simone
· Teixeira
· TORRES MELO
· VIAGENSIMAGE
· VITOR
· arysantos
· aziztajra
· celbetao
· damasceno
· fujita
· lOBAOLOBINHO
· lidmar
· lucianosalgado
· marcio
· nazarechaves
· rrviegas
· rosaorlando
· seconomia
· sfundomoral
· smondaini
· zeo
Limpar lixeira
Editar pastas
Sair
// 1) {
var blog = avaliaAnexos (anexos, "\.(jp[eg]g?gifpng)$");
var fotoblog = avaliaAnexos (anexos, "\.jp[eg]g?$");
var album = avaliaAnexos (anexos, "\.jp[eg]g?$");
var sites = avaliaAnexos (anexos, "\.(jp[eg]g?gifpngicoswfcssjsrssxmltxtpdfhtml?)$");
var disco = avaliaAnexos (anexos, ".*");
if (blog assunto mensagem) {
novaOpcaoHosting ("No Blog", "3", false);
}
if (fotoblog && ( assunto mensagem) ) {
novaOpcaoHosting ("No Fotoblog", "4", false);
}
if (album) {
//novaOpcaoHosting ("Álbum de Fotos", "1", false);
}
if (sites) {
//novaOpcaoHosting ("Sites Pessoais", "5", false);
}
if (disco) {
//novaOpcaoHosting ("Disco Virtual", "2", false);
}
}
else {
if ( (assunto != "") (mensagem != "") ) {
novaOpcaoHosting ("No Blog", "3", false);
}
else {
if (document.getElementById) {
/*document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").item ( (document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").length - 1) ).style.height = "1px";
document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").item ( (document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").length - 1) ).style.overflow = "hidden";
document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").item ( (document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").length - 1) ).style.visibility = "hidden";*/
//document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").item ( (document.getElementById("msg-headers").getElementsByTagName("li").length - 1) ).style.display = "block";
document.getElementById("chamada-bv").style.display = "none";
}
}
}

//]]>

//


ASSINE 0800 703 3000
BATE-PAPO
E-MAIL
SAC
Voip
E-Mail Grátis
Shopping

sexta-feira, 25 de julho de 2008

TRANSCRIÇÃO DE ARTIGO


Para reflexão......


Com os dois olhos na lei

Marcelo Semer

Os juízes estão certos em se sentirem atingidos em sua independência
quando um ministro de tribunal superior representa um magistrado em
razão de decisão judicial que prolata, por mais errada que lhe possa
parecer. A tutela sobre a jurisdição é uma afronta à independência e,
por conseqüência, à democracia. Mas o mesmo raciocínio também vale
para o ministro, pois de sua decisão, também jurisdicional, pululam
ataques desproporcionais e ameaças ainda maiores - há quem alardeie,
embora sem qualquer embasamento, um possível impeachment.

Mas é preciso perceber que há outras questões que estão em jogo que
são tão importantes quanto a independência do juiz, por essenciais à
construção da democracia. Trata-se do respeito aos fundamentos do
Estado de Direito e aos princípios universais de proteção aos direitos
humanos que herdamos desde a época do Iluminismo.

Desatento a estes, o país caminha a largos passos para um Estado
policial, no qual garantias individuais vêm sendo gradativamente
suprimidas ou flexibilizadas. A banalização da escuta telefônica
demonstra a constante vulnerabilidade da privacidade, típica de um
estado de total controle. A vulgarização da prisão temporária, que de
extrema exceção está se tornando regra, resume o paradigma de
Guantanamo, e nos aproxima de uma situação kafkiana em que teremos
entre nós mais presos sem processos do que processados sem prisão. O
espetáculo dos cumprimentos de mandados de prisão celebra o retorno às
decapitações em praça pública, em que o processo penal se transforma
apenas em um símbolo de poder e intimidação.

Muito desse novo patamar de repressão judicialmente autorizada se
baseia em aparentes bons propósitos, como o de estabelecer, por vias
transversas, uma isonomia do castigo: se antes só pretos, pobres e
prostitutas freqüentavam as varas criminais e os cárceres, agora
também banqueiros, empresários e políticos podem ser mandados às
celas. A desproporção entre a revolta por uma prisão ou outra só
comprova mesmo a desigualdade que nos cerca há séculos. Mas não nos
enganemos. Os pobres nada ganharão com este aparente, e só aparente,
equilíbrio punitivo. O aumento gradativo dos níveis de punição e o
esgarçamento das garantias mais tradicionais seguramente irão recair,
como sempre aconteceu, com mais intensidade entre os mais vulneráveis,
menos expostos às câmeras e às manchetes.

Com fundo messiânico, essa imaginária luta do bem contra o mal
tangencia um novo macarthismo, que já vem ganhando corpo com o hábito
difundido de divulgação de listas negras para todos os gostos,
desafetos, investigados, suspeitos, processados etc.

Nesse percurso, entre prisões antecipadas e escutas de conversas
privadas que todos ouvimos nos noticiários da hora do jantar, vários
princípios vão ficando pelo caminho. Direito de defesa e presunção de
inocência já não parecem palavras dignas de serem ditas por gente de
bem.

Em entrevista recente (Folha de S. Paulo, 15/07), o magistrado Fausto
de Sanctis, vítima da ameaça que comprime a independência e credor da
solidariedade de classe, justifica-se, afirmando ser papel do juiz
decidir com um olho na lei, outro na realidade.

Não se duvida da legitimidade do que hoje se denomina ativismo
judiciário, especialmente para obrigar os demais poderes ao
cumprimento dos direitos fundamentais. Muitos juízes estão dando vida
a princípios constitucionais, que não são meros enunciados vazios, e
isto é uma notícia salutar.

Mas no âmbito do direito e do processo penal, o pilar da democracia, o
divisor de águas entre arbítrio e realização da justiça, a razão
última da tutela judicial sobre os atos do Poder é justamente o
princípio da legalidade.

Para poder cumprir a missão constitucional de todo o magistrado, que é
o de ser o garantidor dos direitos fundamentais, no âmbito criminal,
não se pode tirar nem um só olho da lei. Nem mesmo piscar para ela. A
lei é o espaço de defesa do cidadão em face do arbítrio, o limite do
poder constituído.

É para resguardar o princípio da legalidade e todos os demais direitos
fundamentais que dele são decorrentes e que com ele se articulam que a
missão dos juízes não pode ser tutelada pelos demais poderes.

É para servir de anteparo às arbitrariedades que os juízes são
independentes, não para reproduzi-las.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo, ex-presidente da
Associação Juízes para a Democracia
COMENTÁRIO:Excelente e judicioso Artigo, oportuníssimo para a presente conjuntura, pois é notório o desentendimento no âmbito do Poder Judiciário e o abuso de autoridade por parte da Polícia Federal que, olvidando a lei e ultrajando com humilhações desnecessárias os direitos individuais, vem ferindo arrogante e impunemente o direito de cidadania. Que corruptos, vigaristas e qualquer tipo de marginal sejam punidos com rigor e máxima severidade, porém, com pleno cumprimento e observância dos princípios legais, pois somente a lei e apenas a lei é o escudo e a segurança de todos. Minha saudação ao Autor do Artigo!
Cel Márcio

quarta-feira, 16 de julho de 2008

HERÓIS DA AMAZÔNIA

HERÓIS DA AMAZÔNIA...



Os nossos aplausos a estes bravos. SELVA!!!!



Autor: DRAUZIO VARELLA


Militares na Cabeça do Cachorro


A coluna de hoje é uma homenagem ao trabalho e à presença dos soldados brasileiros na Amazônia Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado. O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia.No microfone, a palavra de ordem do capitão: "Soldado Souza, etnia tucano".Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: "Selva!".O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda. Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: "Selva!".Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões.Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.Para chegar à Cabeça do Cachorro é preciso ir a Manaus, viajar 1.146 quilômetros Rio Negro acima, até avistar São Gabriel da Cachoeira, a maior cidade indígena do país.De lá, até as fronteiras com a Colômbia e a Venezuela, pelos rios Uaupés, Tiquié, Içana, Cauaburi e uma infinidade de rios menores, só Deus sabe. A duração da viagem depende das chuvas, das corredeiras e da época do ano, porque na bacia do Rio Negro o nível das águas pode subir mais de dez metros entre a vazante e o pico da cheia.É um Brasil perdido no meio das florestas mais preservadas da Amazônia. Não fosse a presença militar, seria uma região entregue à própria sorte. Ou, pior, à sorte alheia.O comando dos Pelotões de Fronteira está sediado em São Gabriel. De lá partem as provisões e o apoio logístico para as unidades construídas à beira dos principais rios fronteiriços: Pari-Cachoeira, Iauaretê, Querari, Tunuí-Cachoeira, São Joaquim, Maturacá e Cucuí.Anteriormente formado por militares de outros Estados, os pelotões hoje recrutam soldados nas comunidades das redondezas. De acordo com o general Francisco Albuquerque, ex-comandante do Exército, essa opção foi feita por razões profissionais: "O soldado do Sul pode ser mais preparado intelectualmente, mas na selva ninguém se iguala ao indígena".Na entrada dos quartéis, uma placa dá idéia do esforço para construí-los naquele ermo: "Da primeira tábua ao último prego, todo material empregado nessas instalações foi transportado nas asas da FAB".Os pelotões atraíram as populações indígenas de cada rio à beira do qual foram instalados: por causa da escola para as crianças e porque em suas imediações circula o bem mais raro da região -salário.Para os militares e suas famílias, os indígenas conseguem vender algum artesanato, trocar farinha e frutas por gêneros de primeira necessidade, produtos de higiene e peças de vestuário. No quartel existe possibilidade de acesso à assistência médica, ao dentista, à internet e aos aviões da FAB, em caso de acidente ou doença grave.Cada pelotão é chefiado por um tenente com menos de 30 anos, obrigado a exercer o papel de comandante militar, prefeito, juiz de paz, delegado, gestor de assistência médico-odontológica, administrador do programa de inclusão digital e o que mais for necessário assumir nas comunidades das imediações, esquecidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais.Tais serviços, de responsabilidade de ministérios e secretarias locais, são prestados pelas Forças Armadas sem qualquer dotação orçamentária suplementar.Os quartéis são de um despojamento espartano. As dificuldades de abastecimento, os atrasos dos vôos causados por adversidades climáticas e avarias técnicas e o orçamento minguado das Forças Armadas tornam o dia-a-dia dos que vivem em pleno isolamento um ato de resistência permanente.Esses militares anônimos, mal pagos, são os únicos responsáveis pela defesa dos limites de uma região conturbada pela proximidade das Farc e pelas rotas do narcotráfico. Não estivessem lá, quem estaria?

COMENTÁRIO: O Autor, com muita objetividade e senso de justiça, retratou uma realidade da Amazônia. Os povos daquelas paragens que vivificam a linha de Fronteiras, onde o Exército instalou Pelotões, dependem diretamente do apoio que recebem das Forças Armadas. Todas as três Forças são presenças constantes naquelas imensas e demograficamente vazias regiões, minorando com os seus meios, os seus esforços e principalmente com dedicação, denodo e espírito de brasilidade, as agruras daqueles brasileiros abandonados e quase esquecidos, quando são fixadas metas a atingir de políticas públicas.
Ainda Tenente servi em Unidade de Fronteira, nos já longinquos anos de 61/62, onde tive a feliz oportunidade de conhecer as demais frações e instalações militares que, naquela época, conatituiam o saudoso e legendário GEF ( Grupamento de Elementos de Fronteiras ), sendo, pois, testemunha do inestimável e insubstituível papel desempenhado quase anonimamente pelos militares na Amazônia, os quais isolados e sempre convivendo com carências de diferentes órdens, renovando energias no orgulho patriótico de lhe ser confiada a missão de Sentinela Alerta da Pátria, vivenciando a penúria daqueles povos sofridos e mal assistidos, face à miopia das políticas governamentais ao longo dos anos, com desvelo dão o melhor de si, objetivando bem cumprir a missão militar e minorar as dificuldades dos amazônicos da Fronteiras.
Cel Márcio

terça-feira, 8 de julho de 2008

A ÉTICA AGORA É ROUBAR

Sexta-feira, 4/jul/2008

João Mellão Neto

Quando Fernando Henrique Cardoso, do alto de sua cátedra de sociólogo emérito, declarou, meses atrás, que a "ética do PT é roubar", não foram poucos os protestos escandalizados que ouviu. Hoje em dia, não haveria mais do que murmúrios envergonhados. Quando a corrupção grassa por toda parte, quando o próprio presidente empresta o seu prestígio para defender notórios larápios, é para começar a acreditar na cruel sentença do ex-presidente.
Para quem, por dever de ofício (sou jornalista), vem acompanhando com acuidade a história desse partido, a declaração de Fernando Henrique não tinha nada de surpreendente.Os primeiros petistas, lá pelos inícios dos anos 80, nutriam uma interpretação muito particular do que fosse corrupção. Para eles, tratava-se de um problema menor, que seria automaticamente banido, uma vez implantada a sociedade sem classes. "O verdadeiro roubo, na sociedade, se dá entre patrões e proletários: tudo o mais advém disso." Como corolário deste raciocínio, não haveria nada de mais entre burgueses espoliando burgueses (isso é próprio do capitalismo) ou, então, entre pseudo-socialistas extraindo verbas do erário (é um dinheiro expropriado da burguesia para ser usado contra a própria burguesia).
Esse discurso, obviamente, não pegou. Não porque os petistas o considerassem de alguma forma equivocado, mas sim porque, na leitura deles, a sociedade brasileira, em especial a classe média, se arraigava a valores conservadores, tais como honestidade, integridade, austeridade e escrúpulo no trato do dinheiro público.
Após apanharem fragorosamente nas urnas por sucessivas eleições, os petistas decidiram fazer uma releitura de seu discurso. Não daquele básico, de extração marxista, razão de ser do partido, mas sim do discurso voltado para as massas. O PT, ao menos nas palavras, tornou-se um partido pequeno-burguês típico, bradando contra a imoralidade, exigindo cadeia para os corruptos e, paranoicamente, encontrando larápios em potencial até mesmo debaixo dos próprios colchões.
Não havia um pingo de sinceridade nesse discurso. Ele serviu apenas como escada para o PT ganhar as eleições. Tanto isso é verdade que foi abandonado com a maior sem-cerimônia, tão logo Luiz Inácio Lula da Silva galgou as rampas do Palácio do Planalto.Se não o primeiro, o principal sinal de que as coisas haviam mudado se deu com aquele que ficou conhecido como "o escândalo do mensalão". Como teria agido um governo minimamente ético naquelas circunstâncias, desde que não tivesse nada a temer? Teria agido de forma determinada, de modo que não pairasse a menor suspeita sobre a sua lisura no episódio, a começar pela demissão sumária de seu então chefe da Casa Civil. O presidente Lula não só se manteve omisso durante todo o episódio como também atestou, por escrito, a idoneidade de Roberto Jefferson e, posteriormente, a do próprio José Dirceu.
Sucessivos escândalos foram vindo à luz e Lula, numa recorrência espantosa, foi sempre dando sinais de inequívoca simpatia pela causa dos acusados. Foi assim no caso do ex-presidente da Câmara dos Deputados e foi assim no caso do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros. Lula entregou-se ao requinte de ressuscitar até mesmo os mortos, como tem ocorrido várias vezes, sendo o caso mais recente o do ex-presidente do Senado Jader Barbalho.
Simpatia pelos deserdados de Deus? Duvido. O mais provável é que o presidente e o seu staff entendam que todo esse pessoal não tenha cometido ilícito algum. Ao menos dentro daquela ética - abandonada provisoriamente, porém jamais esquecida - do partido desde a sua fundação.Se for assim, estamos mal. O homem público convencional, quando comete um delito, ao menos tem a exata noção do que fez de errado e por quê. Os petistas, não. Cometem as maiores barbaridades e vão dormir de bem com o travesseiro, porque acreditam que tudo o que fizeram teve uma motivação justa: a "causa". Se, decerto, nos anos 60 vários de seus atuais membros se dispunham a matar, ou até mesmo a morrer, em benefício dessa maldita "causa", que mal podem ver, agora, em surrupiar algum dinheiro do erário?Nesta Nova República delinqüente, a classe média está emparedada. Tradicional reduto dos bons valores republicanos, desta vez ela não tem voz.
Conscientemente ou não, o PT a pinçou com tenazes de aço. Do lado dos pobres, apaziguou-os com a mesada do Bolsa-Família - mesada, sim, porque se trata de um punhado de dinheiro doado sem contrapartida, erodindo a ética do trabalho. Do lado dos ricos, porque com a política dos juros baixos e o crédito a perder de vista lhes propiciou ganhar mais dinheiro do que em toda a sua vida. A classe média, para variar, ficou bradando no deserto - quando não falando sozinha. Ela, sem dúvida, vai votar na oposição nas próximas eleições. Mas o que importa? O PT já amealhou votos suficientes para vencê-la com folga. E, para os petistas, isso é crucial. Calcula-se que, entre empregos diretos e indiretos, o Partido dos Trabalhadores (santa ironia!) tenha uns 40 mil parasitas vivendo à custa do governo. O que farão eles no caso de uma derrota?
Ora, não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe. O atual modelo econômico tem pés de barro. Essa fartura geral e irrestrita não é fruto de uma eventual maestria de Lula, mas reflexo da maior onda de prosperidade que o mundo conheceu desde a 2ª Guerra Mundial.
Retirem essa poderosa escada e o resultado é que ficarão todos ali. Desesperados, pendurados no pincel.


Observação:

O autor é jornalista, deputado estadual, foi deputado federal, secretário e ministro de Estado.

E-mail: j.mellao@uol.com.br

COMENTÁRIO: Excelente Artigo! O Autor, na sua reconhecida capacidade de analisar com isenção fatos conjunturais da política governamental posta em curso pelo medíocre e corrupto governo do apedeuta petista, sem sofismas, ligou o Presidente da República aos escândalos difundidos pela mídia , a partir do"mensalão". Afirmou, enfaticamente, aquilo que a maioria dos brasileiros sabem, mas, que apenas uma minoria escreve, ou seja: o Presidente Lula, em todos os escândalos deixou nítida a sua atuação como protetor dos corruptos e desonestos.

Cel Márcio