FORÇA MILITAR: O DIA- MARCO AURÉLIO REIS
Força Militar: Reajuste dos soldos será anunciado até o fim da semana
Marco Aurélio Reis
Rio - A novela do reajuste dos soldos militares está perto do fim. A previsão dos comandos é que o aumento será anunciado até o fim da semana, no formato tradicional: por meio dos informativos oficiais da Marinha (Bono), Exército (Informex) e Aeronáutica (Boletim Periódico da Força Aérea).
O índice ainda é mantido em sigilo. Assessorias dos ministérios da Defesa e do Planejamento oficialmente informam que qualquer percentual a ser ventilado neste momento “não passa de mera especulação”. Como leitores de O DIA já sabem, o aumento vai prever vantagens financeiras maiores para o pessoal da ativa e não será inferior a 8%, divididos em duas parcelas.
Essa foi a base dos estudos que equipe técnica do Ministério do Planejamento trabalhou para apresentá-los nesta semana aos ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e Nelson Jobim, da Defesa. Ainda não há data para o encontro, mas Bernardo já sinalizou que tem pressa para colocar um ponto final no assunto, que se arrasta desde 2006. A ordem para resolver o problema partiu do presidente Lula.
Um dado a mais esquenta as discussões. Militares das Forças Armadas tiveram o menor reajuste na União nos últimos quatro anos. Dados do Planejamento revelam que, entre 2002 e 2006, Judiciário e Ministério Público receberam 65,4%, o Legislativo 64,9% e o Executivo civil, 48,6%. Já o pessoal das Forças Armadas ganhou só 25,3%. A diferença salarial é tão grande que um carcereiro em Brasília recebe mais que um general-de-Exército.
24/03/2008 10:57
EVASÃO DE OFICIAIS
A cúpula militar esconde da sociedade o que se passa nos quartéis
Os boletins do Exército brasileiro, de janeiro ao começo de março, mostram uma assustadora evasão de oficiais: 23 deles, nas patentes de major, capitão e tenente, saíram dos quadros da força nos primeiros 67 dias de 2008. Isso significa uma baixa a cada três dias.
Todos eles saíram por ter sido nomeados e investidos em cargos públicos permanentes, após terem sido aprovados em concursos. Os trabalhos mais ambicionados são os de auditor da Receita Federal, fiscal do INSS e delegado da Polícia Federal.
A evasão cresce nos últimos meses do ano, quando há um aumento de concursos. É possível deduzir, a partir da desistência de oficiais, o que pode estar acontecendo com os sargentos.
A situação não é nova. E o que vale para o Exército vale também para a Marinha e para a Aeronáutica. Nova não é, também, a política da cúpula militar das três forças de tentar esconder da sociedade o que se passa nos quartéis.
Dois fatores empurram os militares para a busca de oportunidade no mundo civil: os baixos salários e um elevado desencanto com a falta de perspectiva. O sucateamento das Forças Armadas é tão grande que não chega a ser um exagero o que diz, reservadamente, um oficial que trocou o Exército pela Polícia Federal: “A Marinha não tem navios, a Aeronáutica não tem aviões e o Exército não tem fuzis nem carros de combate”.
No Rio de Janeiro, aumentam as escolas que preparam militares para os concursos. Há duas bem conhecidas. A Maxx, pertencente ao ex-sargento da FAB Alexandre Lopes, e a tradicional Academia de Concurso Público. Desta se diz que a afluência de militares é tão grande que, se for executado o Hino Nacional, os alunos se perfilam automaticamente aos primeiros acordes. Um dos alunos é major do quadro do Estado-Maior que deve ganhar cerca de 5 mil reais líquidos. Tem cerca de 20 anos de serviço.
A proposta salarial do governo, divulgada esta semana, é um movimento inicial para mudar a situação. Um sinal tímido, mas um sinal. Os aumentos variam de 27% a 50%. Cerca de 80 mil recrutas serão beneficiados com um aumento salarial que passa de R$ 207 para R$ 415.
Malgrado a má lembrança da ditadura recente, a sociedade brasileira precisa decidir se o país deve manter as Forças Armadas nas condições atuais. É uma decisão política do poder civil. O custo econômico delas é alto. Maior pode ser, no entanto, o custo de ficar sem elas. Ou mantê-las como estão agora.
Bye Bye, EB!
Alunos de infantaria da ESAO responderam à seguinte pesquisa informal:
“Você pretende sair do Exército Brasileiro nos próximos anos?”
Dos 40 ouvidos na turma, 31 capitães avisaram que sim.
Desejam fazer concursos públicos para outras carreiras do Estado mais prestigiadas que a área militar.
COMENTÁRIOS ; Retransmito a notícia sem nada poder afirmar ou negar sobre a sua veracidade,tantas foram as notícias falsas emitidas. Como os Comandantes das Forças Armadas, hoje, bem ao contrário do procedimento adotado no passado, primam pelo silêncio, preferindo nada informar aos subordinados,mesmo sobre assunto relevante para todos os militares,somente resta, lamentavelmente, aguardar a definição,jamais esquecendo que reajuste concedido por um Governo revanchista e sem nenhum compromisso para com a Defesa e Segurança da Nação,não corresponderá às necessidades das Forças,nem à importância e grandeza de suas missões. icle
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terça-feira, 25 de março de 2008
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