quarta-feira, 30 de abril de 2008

CURIÓ É CONVIDADO PARA DEPOR

Curió, Jiménez e Lício são chamados pelo governo

Secretário quer ouvir líderes militares que combateram a guerrilha

Vasconcelo Quadros

Brasília

A Comissão de Mortos e Desaparecidos, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, convidou para prestar depoimento no próximo dia 7 de maio, em Brasília, o prefeito de Curionópolis (PA), Sebastião Curió Rodrigues de Moura – o oficial que comandou as prisões e execuções da maioria dos 59 guerrilheiros do PC do B desaparecidos no Araguia –, o coronel Lício Maciel, o tenente José Vargas Jiménez e um morador, José Rodrigues da Silva, que diz ter visto o sepultamento de vários 12 corpos de guerrilheiros na antiga base do Exército, em Xambioá.
Em entrevista ao Jornal do Brasil, Curió confirmou que os mortos foram 59, diz que revelará o paradeiro da maioria deles em agosto e afirma que divulgará o relatório com os nomes, circunstâncias em que foram mortos e os locais para onde foram transladados depois de uma operação de remoção dos corpos, provavelmente em 1975.
– Curió tem informações de campo e, se quiser, pode ajudar a localizar os restos mortais dos guerrilheiros – diz a ativista Diva Santana, integrante da comissão e irmã de uma guerrilheira desaparecida (Dinaelza Santana Coqueiro).

Expedição
Sob o comando do secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, a comissão organizará uma expedição à região do Araguaia a partir de julho. O grupo organizará um conjunto de depoimentos de moradores e guias que ajudaram o Exército no extermínio da guerrilha, para montar um organograma sobre os locais onde os corpos poderiam ter sido enterrados. O Ministério da Defesa também criou força-tarefa em que participam Exército, Marinha e Aeronáutica, para cruzar os dados existentes e ouvir oficiais que estiveram na linnha de frente dos combates. Essa comissão tentará cumprir a sentença da juíza federal Solange Salgado, de Brasília, que mandou o governo encontrar os corpos ouvindo oficiais e abrindo os arquivos que as Forças Armadas sempre negaram existir.
Na entrevista ao JB Curió desmente a versão das Forças Armadas. Disse que guardou os documentos sobre a guerrilha, mas só os revelará no livro que será lançado em agosto e garante que não prestará depoimento a nenhum órgão oficial, seja das Forças Armadas ou de qualquer setor do governo.
– Vou abrir o jogo. Não existem desaparecidos – afirma o prefeito, que pretende exorcizar os fantasmas do Araguaia esclarecendo o episódio através de documentos que abrangem todo o período da luta armada no Bico do Papagaio, de 1972 a 1975. Ele afirma que as ossadas desenterradas foram divididas e enterradas novamente em locais cujo endereço é um segredo "fechado". Só Curió e os guias que o ajudaram sabem exatamente onde ficam esses locais.

Grupo de combate
Dos militares convidados pela Comissão de Mortos e Desaparecidos, apenas o tenente Vargas, conhecido como Chico Dólar, aceitou participar. Em entrevista ao JB, ele contou que chefiou um grupo de combate com a missão de exterminar os guerrilheiros e detalhou as prisões e métodos de tortura aplicados contra militantes do PC do B e moradores. Também apontou locais onde seus homens viram ossadas na mata. O coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, o oficial que descobriu o foco guerrilheiro no Araguaia, um major conhecido como Doutor Asdrubal e um dos principais comandantes do massacre, diz que não comparecerá. Convidado, sugeriu aos membros da comissão que leiam o livro que lançou recentemente sobre o episódio.
Prefeito sub-judice de Curionópolis (PA), aos 73 anos, o homem que se transformou em arquivo vivo da Guerrilha do Araguaia, diz que todos os esclarecimentos serão dados no livro.
– Depois não falo mais nada –, afirma.
Ele diz diz ter recusado um convite da TV Globo para ser a estrela de um programa especial sobre o conflito. Como protagonista de pelo menos oito combates importantes na selva e principal comandante das operações, afirma que revelará informações que podem ajudar os familiares a encontrar a maioria das ossadas de guerrilheiros, entre elas as dos principais dirigentes do movimento, como Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão.

COMENTÁRIO: Não acredito que o Cel Curió atenda ao convite, apelo,intimação ou seja o que for, enviado pela Comissão de Mortos e Desaparecidos da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Estabelecer qualquer tipo de contato com essa coisa que intitulam Comissão,é reconhecer as funções de um orgão espúrio, ainda que legal, criado no Governo do sociólogo auto-exilado,para contemplar comunistas, socialistas, esquerdistas e pilantras que aleguem ter sido adversários dos Governos Militares, os quais, por não terem fujido, figuravam aos olhos do ex-fujitivo e então Presidente, como se heróis fossem.
Sendo apenas militar, não sei se a Comissão é fruto do remorso por ter sido medroso ou se decorrente do desejo de recompensar os que, permanecendo na luta da qual fujira,prosseguiram traindo o Brasil,razão das indenizações milionárias concedidas como recompensas pelos crimes praticados contra a Democracia e contra a Pátria.

Qual a razão de o Judiciário haver sido alijado,sendo confiado ao Executivo preparar, organizar e julgar os processos?

O Executivo que já legisla através de MEDIDAS Provisórias, também já se arroga poder de magistrado?

Essa Comissão é espúria,pois é parcial, injusta e indigna!

Se no Brasil houvesse um mínimo de justiça,de caráter e de patriotismo o Secretário de Direitos Humanos não estaria na cadeia em razão da anistia, mas,jamais, tendo sido um terrorista nos moldes da ex-terrorista ministra e toda poderosa gestora do PAC, como ela, não poderia ser figurão num Governo sério.

Mas,como o Governo é de um apedeuta que a cada notícia de criação de novas Bolsas cresce na aceitação dos brasileiros despidos da noção de civismo, razão de trocarem o voto pela Bolsa,tudo de nefasto é possível ocorrer, menos, acredito eu, velho amigo e companheiro de Curió dos idos da Escola Preparatória, da AMAN, da EsAO, da EsNI e da luta contra o terrorismo, quando ele no CIE e eu no DOI,como voluntários lutamos por patriotismo, evitando que a Pátria se comunizasse,saber ter o Curió cooperado, com os eternos detratores dos Governos Militares.

Acredito que o Curió não deixará que o desencanto com a posição hoje acomodada do EB,suplante a lealdade para com a Instituição Exército e para com os seus companheiros de luta no Araguaia, entre os quais o bravo Cel Maciel.

Nada sei do seu livro, mas conheço o seu espírito e a sua formação moral e militar. Daí acreditar que o Exército como Instituição sairá engrandecido.
È imperioso não perder o enfoque de que os adversários de ontem pululam no Governo Lula e com ações revanchistas sucatearam as Forças Armadas e impuseram aos seus integrantes um salário de miséria que prosseguirá aviltado ,após esse ridículo arremedo que intitularam de aumento e que em nada minorará as dificuldades faz muito tempo enfrentadas.

Escolheram mal os convidados a depor. Homens da têmpera de velhos soldados como CURIÓ E MACIEL são inflexíveis. Envelhecem, mas não se vergam pela ação do tempo; curtem desilusões, porém,não suficientes para macular a força dos seus ideais.
CEL MÁRCIO