sexta-feira, 11 de abril de 2008

DOR DE COTOVELO

Transcrição do Artigo do ex-Governador José Reinaldo Tavares


DOR DE COTOVELO

Saiu novo resultado do Enem, exame que mede a evolução do ensino em todo o Brasil, e o Maranhão confirma quão importante para o estado foi a minha decisão de colocar ensino médio em todos os 217 municípios do estado.
Em seminário que patrocinei logo após ser reeleito, fiquei chocado quando especialistas do Ipea nos mostraram a terrível realidade do estado, face aos indicadores sociais e econômicos encontrados por meio da análise de pesquisas feitas pelo IBGE.
Entre tantas coisas chocantes encontradas pelos pesquisadores, estava a situação educacional para lá de lastimável no estado. Tanto que ali foi dito que, para nos igualarmos à média brasileira, com os métodos daquela época, levaríamos 50 anos. Dentre todos os dados, o mais terrível para todos era a ausência, em pleno ano de 2002, de ensino médio em 159 dos 217 municípios do Maranhão. Isso era fruto do programa do governo de Roseana e, se o prosseguíssemos, teríamos continuado com a embromação, renovando o contrato com a fundação empresarial que ministrava o tele-ensino do segundo grau. E assim, o Maranhão iria aprofundar o seu atraso e continuar sendo o último lugar em analfabetismo e em parâmetros educacionais de maneira geral. Eu jamais poderia fazer isso e decidi enfrentar com muita coragem o enorme desafio de instalar o segundo grau em todos os 217 municípios.
Era um desafio temerário, porque o estado não tinha equilíbrio fiscal e nem capacidade de endividamento. Tampouco possuía bens que pudessem ser vendidos, pois todos já haviam sido torrados à troco de nada pelo governo de Roseana Sarney. Além disso, a arrecadação do estado era muito pequena e não chegava a R$ 1 bilhão por ano, sem falar da obrigação de pagarmos R$ 50 milhões por mês, por dívidas anteriores, ao governo federal. Esse dinheiro era descontado de nossas receitas do Fundo de Participação com Estados e Municípios. Nem víamos.
Publicados no blog de Ricardo Santos, os dados do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais) mostram que o estado que possuía em 2001, apenas 108 escolas, em 2005 já tínha 516. Não bastasse isso, os mesmos dados expõem ainda que o número de funções docentes no ensino médio e médio profissionalizante, na zona rural e urbana era, em 2001, de 6.814 e, em 2006, já tínhamos 12.543 professores. Que tínhamos em 2001, na zona urbana e rural, 5.322 classes de alfabetização e em 2006, passamos para 43.484. Dado digno de registro é que em 2001 não tínhamos nenhum aluno portador de necessidades especiais em escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais de escolas regulares, enquanto que, em 2006, já tínhamos 2.308 alunos.
Graças a Deus e ao esforço de uma equipe dedicada, conseguimos duplicar e ainda aumentamos a arrecadação própria. Também promovemos o equilíbrio fiscal, alcançado com muita determinação e empenho, e assim reunimos os recursos necessários que nos permitiram cumprir o imenso desafio. Consequentemente, em 2005, já tínhamos ensino médio em todo o estado, e começando a chegar aos povoados pobres da zona rural. Isso, hoje, vem permitindo a tantos jovens maranhenses, notadamente do interior, ascender na escala social, por intermédio da educação.
À medida que esse objetivo era alcançado, começamos a nos preocupar com a qualidade do ensino ministrado no Maranhão, que era atroz. E os resultados, que não poderiam ser imediatos, começaram a aparecer com os níveis alcançados pelos alunos nas provas nacionais do Enem do Ministério da Educação.
Eu sei que a turma da oligarquia torce tremendamente contra. Nota-se, por meio de suas empresas de comunicação, que não conseguem esconder esse sentimento. Mas, como disse certa vez o Zagalo, então técnico da seleção brasileira de futebol, “Vão ter de engolir!”.
Em contrapartida, graças a continuidade que o governo Jackson imprimiu na educação, os resultados são cada vez melhores e o Maranhão vai se consolidando em novos patamares, se comparado aos resultados alcançados por outros estados da Federação.
Nas provas do Enem cujo resultado foi divulgado na semana passada, o Maranhão mostrou a sua evolução. O estado teve, na média, a nota de 49,99 e se colocou em décimo sétimo lugar entre todas as unidades federadas. Nós, que sempre rondávamos os últimos lugares, fomos melhorando gradativamente e hoje ocupamos posição intermediária, deixando 10 estados para trás, que são: Amapá, Mato Grosso, Sergipe, Roraima, Piauí, Acre, Amazonas, Alagoas, Roraima e Tocantins.
Se conseguirmos melhorar a educação ministrada nos municípios mais pobres, o Maranhão dará um salto, pois aqui mesmo temos bons modelos a serem copiados, pois tivemos escola com a média de 74,19.
Vale à pena, sem descuidar do geral, dar um foco nesse novo desafio: o de levar ensino de qualidade aos municípios pobres, porque o resultado disso será surpreendente em médio prazo.
Tenho certeza de que se tivéssemos continuado com a agenda da oligarquia, estaríamos no mesmo lugar daqueles tempos: o último.
Valeu tanto sacrifício e perseguição.
Impressionante que os meios de comunicação do senador José Sarney e filhos, se dediquem com afinco a condenar, da forma como fizeram, os colégios pobres da zona rural de Caxias, porque têm as aulas ministradas em galpões de piso de cimento e cobertura de palha. Sabem por que digo isso? Porque foi o governador José Sarney quem lançou e deu enorme publicidade durante todo o seu governo ao seu grande programa na área de educação, o “Projeto João de Barro”, que nada mais, nada menos, eram escolas de taipa cobertas de palha. E a coerência? É claro que não têm nem nunca tiveram, pois o que lhes interessa agora é condenar o trabalho de Humberto Coutinho, que vem realizando uma boa gestão em Caxias. Se alguém fosse criticar essas escolas, não poderiam ser os jornais e televisões de Sarney, já que foi ele quem trouxe essas escolas para cá.
Com ele era o máximo, com Humberto Coutinho é o fim da picada. Explica, Senador, qual é a diferença. Nós só queremos entender.

COMENTÁRIO: Muito bom o Artigo. Como os demais que, semanalmente tem escrito, mais uma vez primou pelo equilíbrio e racionalidade, prosseguindo na luta travada contra o Grupo Sarney, respondendo às ofensas e agressões difundidas na mídia do Grupo sem resvalar para ofensas, apenas escudado na verdade que, por ser indestrutível, é eterna, mostrando apenas aquilo que fez no Governo e a razão de havê-lo feito, informando os índices percentuais obtidos em cada item, comparando com os percentuais alcançados nos mesmos itens no Governo de sua antecessora.. Assim leva o leitor a concluir, face às evidências, o despreparo da antecessora para o exercício do Governo. Afirmando aquilo que o leitor concluiu, sem cometer agressões intempestivas, grosseiras e ofensivas, sendo lógicos os argumentos utilizados, tem batido fundo, conseguindo com essa estratégia, desmistificar a imagem de eficiência da ex-Governadora, hoje, Senadora.
Foi preciso que o Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado João Evangelista, regressasse ao Maranhão, reassumindo a Presidência da Casa e com franqueza afirmasse o óbvio, ou seja , aquilo que todos sabiam , mas não se manifestavam por conveniência política, para que os integrantes da vitoriosa Frente reconhecessem ser imperioso reorganizá-la, caso pretendam colocar uma definitiva pá de cal na tentativa que o Grupo Sarney fará de retornar ao Governo do Estado, via Prefeitura de São Luis.
Parece-me, politicamente certo, quem julga já ser hora de o Governador Jackson Lago encampar a sucessão municipal e reorganizar a Frente, juntamente com Tadeu Palácio, João Castelo, João Evangelista, José Reinaldo, Flávio Dino, Dutra e demais Deputados federais, estaduais e vereadores, escolhendo como candidato um nome de representatividade, com capacidade de assegurar a vitória no primeiro turno.
Apesar de Castelo vir liderando pesquisas feitas, estando no comando de uma Empresa de importância fundamental para o Estado e tendo cacife pessoal para se eleger Deputado Federal em 2010, por uma questão de justiça a escolha deveria recair no nome de José Reinaldo, pelos motivos que passarei a explicitar:
- pela representatividade que o seu nome adquiriu por haver sido Governador;
- pelo bom desempenho no Governo, apesar de haver recebido o Estado com as finanças combalidas; sem capacidade de endividamento; com parte dos recursos federais retidos como pagamento de dívidas assumidas pela antecessora; não contando com a ajuda dos Senadores do Maranhão, tendo, inclusive, as suas ações de governo boicotadas nos bastidores ministeriais pela influência política do Senador Sarney;
- por haver sido testado o seu desempenho sob pressão, pois foi vítima da mais torpe e vil campanha de agressões a sua imagem e honra pessoal, pela mídia do Grupo Sarney, suportando os agravos com estoicismo, equilíbrio e serenidade, respondendo com firmeza, mas não permitindo que a acerbada luta política o desviasse do seu foco principal, voltado para bem administrar e governar o Estado;
- pela firmeza e serenidade com que se portou no episódio da Operação Navalha, ao ser preso espalhafatosa e desnecessariamente, numa ação arbitrária, por falta de provas coligidas;
- pelo seu desempenho como artífice e coordenador da Frente de Libertação, na histórica vitória nas urnas em 2006, derrotando pela vez primeira um candidato do Grupo Sarney no Estado;
- pela lealdade em cumprir os compromissos assumidos com a Frente, permanecendo no Governo para não colocar em risco a eleição de Jackson, tendo para isso de abrir mão de disputar uma eleição quase certa para a Câmara Federal, embora soubesse que, sem mandato, ficaria desprotegido ante a fúria vingativa e revanchista do Senador Sarney;
- pela maneira ética com que tem se portado, permanecendo a residir na cidade, mas, sem exercer ou haver pleiteado qualquer função ou cargo público, e sem que haja feito qualquer interferência ou cobrança ao seu substituto, deixando-o completamente à vontade;
- por não haver postulado a referida candidatura, nem a coordenação da Frente, afirmando, quando perguntado, que esse papel não mais lhe cabe e sim ao Governador Jackson Lago;
- por prosseguir na sua luta contra o Grupo Sarney, escrevendo semanalmente uma coluna no Jornal Pequeno, onde analisa os óbices e problemas do Estado, diz o que conseguiu fazer, o que ainda precisa ser feito e aponta aquilo que considera absurdos cometidos pelo governo de Roseana Sarney;
- por ter acesso a todos os líderes responsáveis pela vitória da Frente de Libertação, eis a razão de julgar ser o ex-Governador José Reinaldo o nome, não ditado pela amizade alicerçada em décadas de convívio fraterno, mas que as atitudes e os fatos expostos apontam como o candidato natural à Prefeitura Municipal de São Luis.
Cel Márcio